quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Cabral quer que Chevron pague caro pelo dano ambiental causado ao RJ (Postado por Danuza Peixoto)


O governador Sérgio Cabral disse nesta quarta que "a empresa norte-americana Chevron vai pagar caro pelo dano ambiental que causou", com o vazamento de petróleo no mar da Bacia de Campos. Ele participou do seminário Rio de Janeiro Investment Day Conference, em Nova York. De acordo com o governador, "o vazamento de petróleo na Bacia de Campos foi causado por irresponsabilidade da Chevron, que explora um campo em fim de produção e usando técnicas ultrapassadas".
Cabral, em nota divulgada pela sua assessoria, cobra da Chevron que assuma o erro que cometeu ao explorar petróleo no Campo de Frade. "Na verdade, o que aconteceu foi absoluta falta de cautela e um desejo de explorar um campo envelhecido, em fim de produção, de maneira irresponsável.
Eles têm que assumir e dizer 'nós erramos'", disse. "É preciso que a empresa diga que usou técnicas não recomendadas e tentou otimizar um campo quase em desuso. Tanto que eles abandonaram o campo", completou.

Chevron está 'envergonhada' por vazamento, diz superintendente (Postado por Erick Oliveira)

O superintendente de Meio Ambiente da Chevron, Luiz Pimenta, afirmou nesta quarta-feira (30) que a petroleira norte-americana está “envergonhada” pelo vazamento de óleo no Campo do Frade, na Bacia de Campos, litoral fluminense.
“Para a Chevron, uma gota de óleo já é um problema. Imagina só como nós estamos nos sentindo envergonhados pelo que ocorreu. A Chevron assume toda a responsabilidade pelo incidente”, disse durante audiência pública na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados.
Pimenta afirmou que a petroleira “fez uso de todos os recursos disponíveis” para conter o escape de óleo. “A Chevron respondeu ao incidente de maneira responsável. Assumimos todas as respostas com os equipamentos devidos. O controle da fonte foi feito em quatro dias.” Ele afirmou que o vazamento está “praticamente” contido, restando escape de “óleo residual”.
Segundo Pimenta, o volume que ainda vaza é pouco menor que três barris de óleo por dia. Segundo ele, as fissuras do poço foram cimentadas, mas ainda há óleo “residual” subindo para a superfície do mar.
“A fonte está cessada. Ainda existe um fluxo residual em migração no fundo do mar. Temos estimativa de que está vazando menos de três barris diariamente”, afirmou. De acordo com Pimenta, não há uma previsão de quando o vazamento irá cessar por completo. “Não temos essa estimativa.”
Indagado sobre se a petroleira pagaria as multas impostas a ela pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Pimenta disse: “Quanto às multas, a Chevron vai analisar a legislação brasileira e considera que ela tem que ser cumprida.”
A empresa norte-americana foi autuada em R$ 50 milhões por violar a Lei do Óleo. De acordo com o Ibama, a Chevron ainda poderá receber multa de R$ 10 milhões se for considerado que ela não conteve de forma eficiente o vazamento, e receber outra sanção de R$ 50 milhões em caso de dano ambiental.
Plano de contingênciaTambém durante a audiência na Câmara, o secretário de Petróleo e Gás Natural do Ministério de Minas e Energia, Marco Antonio Martins Almeida, disse que o vazamento no Campo do Frade motivou o governo a repensar seu plano de contingencia para casos de derramamento de óleo.
Segundo ele, o governo concluirá o novo texto do plano em 15 dias e incluirá vazamentos de menor gravidade. Pela proporção do derramamento na Bacia de Campos, o incidente não é contemplado no plano atualmente existente.
Almeida explicou que texto atual se baseia no vazamento de óleo no Golfo do México, em abril de 2010, quando vazaram cerca de 700 milhões de litros. No Campo do Frade, o volume de óleo que vazou foi de cerca de 470 mil litros ou 2,4 mil barris. “É preciso haver preocupação também com os vazamentos menores”, disse.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

MPF abre mais três investigações sobre vazamento de óleo no Rio (Postado por Erick Oliveira)

O Ministério Público Federal (MPF) em Macaé (RJ) abriu nesta segunda-feira (28) mais três inquéritos para investigar as condições e consequências do vazamento de petróleo no Campo do Frade, na Bacia de Campos, Litoral Norte do Estado do Rio. A responsável pelo vazamento, que começou no dia 7 de novembro, é a empresa norte-americana Chevron.
Dois dos inquéritos buscam avaliar se houve omissão do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na elaboração dos planos regionais e nacional de contingência e na fiscalização. A investigação quer apurar ainda se Agência Nacional de Petróleo (ANP) também falhou no controle da atividade das empresas petroleiras.
A empresa norte-americana Chevron informou, por meio de sua assessoria, que ainda não foi notificada da abertura do inquérito, mas ressaltou que "respeita as leis e cumpre as normas do país onde opera".
O G1 procurou também Ibama e ANP, que não responderam até a última atualização desta reportagem.
Atividade de pesca
Outra frente de investigações quer apurar quais serão os impactos do vazamento de óleo para a atividade de pesca e para a economia dos municípios de Macaé, Casimiro de Abreu, Carapebus e Rio das Ostras.
"Incidentes como esse dão impulso a discussões sobre os riscos da atividade de exploração de petróleo. É importante que os órgãos competentes efetivamente fiscalizem se as empresas operam dentro dos níveis de risco tolerados pelas licenças e normas ambientais," disse o procurador da República responsável pelos inquéritos, Flávio de Carvalho Reis.
A Chevron já é investigada em um inquérito aberto pelo MPF em Campos (RJ) que pretende apurar a responsabilidade pelo vazamento. O depoimento do presidente da empresa no Brasil, George Buck, está marcado para o dia 7 de dezembro.
Para começar as investigações, o MPF pediu à Marinha, à ANP e ao Ibama o envio de cópias de todos os relatórios técnicos relacionados ao acidente ambiental e esclarecimentos quanto aos impactos do vazamento na pesca da região.
Suspensão da perfuração
Na quarta-feira passada (23) a diretoria da ANP decidiu suspender as atividades de perfuração no Campo de Frade "até que sejam identificadas as causas e os responsáveis pelo vazamento de petróleo e restabelecidas as condições de segurança na área".
Apenas a Chevron opera no Campo de Frade, onde no último dia 8 foi identificado vazamento em um poço de extração de petróleo. A empresa não tem atividade em outros campos.
Em audiência pública na Câmara dos Deputados na semana passada, o presidente da Chevron no Brasil, George Buck, pediu "desculpas" aos brasileiros e ao governo pelo vazamento no Campo de Frade. Ele disse que a empresa norte-americana foi eficiente em conter o vazamento de petróleo.
Também na quarta, a diretoria da ANP rejeitou pedido da Chevron para perfurar novo poço no campo para atingir a camada pré-sal. De acordo com a agência, “a perfuração de reservatórios no pré-sal implicaria riscos de natureza idêntica aos ocorridos no poço que originou o vazamento, maiores e agravados pela maior profundidade."

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Mancha de óleo vazado voltou a diminuir e se afasta do litoral, diz ANP (Postado por Erick Oliveira)

A Agência Nacional de Petróleo informou nesta sexta-feira (25) que a mancha  de óleo que vazou da petroleira Chevron no mar do Campo de Frade, na Bacia de Campos, voltou a diminuir e continua se afastando do litoral, mas ainda é visível.

Depois de sobrevoo realizado na quinta-feira (24), a estimativa da ANP é a de que a mancha agora tenha 3,8 km de extensão e cerca de 1 km2 de área, contra os cerca  de 2 km2 observados na segunda-feira (21).
"Foi verificada nova diminuição da mancha, que continua se afastando do litoral", informou a agência em comunicado do Grupo de Acompanhamento, formado pela ANP, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Marinha do Brasil.
Na véspera, o presidente da Chevron para a África e América Latina, Ali Moshiri, disse que a mancha já desapareceu, e que a empresa espera concluir até meados de dezembro o processo de selar e abandonar o poço no campo de Frade onde houve vazamento de óleo.
Apesar da redução, diz a ANP, "ainda é possível notar o afloramento de óleo na superfície", afirma o comunicado.
 "Como o vazamento ocorreu a grande profundidade, o óleo leva tempo considerável para chegar do fundo do mar até a superfície. Assim, outras manchas que surjam não representam, necessariamente, um novo vazamento", avaliou a agência.
Segundo o Ibama, não foi  recebida nenhuma comunicação sobre fauna afetada pelo óleo.
De acordo com a nota, a Marinha coletou amostras de óleo para analisar sua composição química. Ainda segundo o documento, o grupo "prossegue fiscalizando as medidas que vem sendo tomadas pela Chevron Brasil Petróleo Ltda. para conter o vazamento (...) e mitigar as suas consequências".
Moshiri, que falou com jornalistas após reunião com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, em Brasília, disse que o vazamento está sob controle e a mancha de óleo no mar praticamente desapareceu.
“O incidente está sob controle e a mancha já desapareceu. Estamos de volta às operações normais [para selar e abandonar o poço]” disse ele. Segundo ele, o óleo que ainda resta no mar corresponde a um décimo de barril de petróleo.

Causas desconhecidas
Moshiri disse que a empresa ainda não sabe o que causou o vazamento. Entretanto, negou que tenha havido problema de “controle” por parte da empresa. Ele afirmou ainda que a região do campo de Frade tem “uma geologia complexa” e que o acidente pode estar relacionado a isso.
“A mãe natureza é complicada”, disse o executivo. Ele afirmou que a Chevron adotou “procedimentos de primeira classe”, tanto na perfuração quanto na contenção do vazamento, e disse que a empresa avalia que a operação para estancar o poço foi bem sucedida.
Moshiri disse ainda que a Chevron respeita as leis brasileiras e que vai analisar as multas que podem ser aplicadas pelo acidente. Ele não quis responder se a empresa pode recorrer das multas.
A reunião com Lobão aconteceu a pedido de Moshiri, informou a assessoria do Ministério de Minas e Energia. Além dele, participaram do encontro o presidente da Chevron América Latina, Don Stlelling, o presidente da Chevron Brasil, George Buck, e a diretora de Desenvolvimento de Negócios da Chevron Brasil, Patricia Padol.
Moshiri disse ainda que a segurança é a “prioridade número um” da Chevron e que a filial brasileira da empresa tem um dos melhores índices de segurança. “Não fazemos concessão na área de segurança”, declarou.
Suspensão
Na quarta-feira (23) a diretoria da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) decidiu suspender as atividades de perfuração no Campo de Frade, na Bacia de Campos, no Rio, "até que sejam identificadas as causas e os responsáveis pelo vazamento de petróleo e restabelecidas as condições de segurança na área".
Apenas a Chevron opera no Campo de Frade, onde no último dia 8 foi identificado vazamento em um poço de extração de petróleo. A empresa não tem atividade em outros campos.
Em audiência pública na Câmara dos Deputados nesta quarta, o presidente da Chevron no
Brasil, George Buck, pediu "desculpas" aos brasileiros e ao governo pelo vazamento no Campo de Frade. Ele disse que a empresa norte-americana foi eficiente em conter o vazamento de petróleo.
Também na quarta, a diretoria da ANP rejeitou pedido da Chevron para perfurar novo poço no campo para atingir a camada pré-sal. De acordo com a agência, “a perfuração de reservatórios no pré-sal implicaria riscos de natureza idêntica aos ocorridos no poço que originou o vazamento, maiores e agravados pela maior profundidade."

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Governo vai investigar com 'rigor' vazamento de óleo, diz ministro (Postado por Erick Oliveira)

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, afirmou nesta quarta-feira (23) que o governo federal vai investigar com "rigor" o vazamento de óleo no Campo de Frade, no litoral fluminense, área sob responsabilidade da petroleira norte-americana Chevron. Ele disse ser cedo para que sejam tomadas decisões finais sobre o caso.
"Não sou técnico, ainda é cedo. O que eu sei é que toda a seriedade está sendo colocada neste assunto. Nós não vamos brincar com essa questão. Está em jogo todo o futuro nosso em termos de pré-sal, nosso cuidado ambiental é muito grande, portanto, não faltará rigor. É o que posso dizer a vocês", afirmou após participar de cerimônia de premiação de gestores da merenda escolar, em Brasília.
A Agência Nacional do Petróleo (ANP) informou, em nota divulgada por volta das 12h10 da´ultima terça-feira (22), que a mancha do óleo que vazou do Campo do Frade, sob responsabilidade da Chevron, tinha, nesta terça área, área de 2 km² e extensão de 6 km. Quatro dias antes, na sexta-feira (18), a área da mancha era de 12 km², segundo a ANP. De acordo com a ANP, a mancha continua se afastando do litoral.
Na segunda-feira (21), o Ibama multou em R$ 50 milhões a Chevron pelo vazamento. A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirmou que a empresa está sujeita a sofrer novas multas.
"O valor da multa é arbitrado na Lei de Crimes Ambientais. Não quer dizer que eu não posso autuar em vários artigos. Pode ter uma [multa] de R$ 50 [milhões], outra de R$ 10 [milhões]. Não posso dizer quantas multas e qual valor. Posso dizer que o Ibama já multou pelo dano, que está caracterizado," explicou a ministra em coletiva nesta terça em Brasília.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Ibama vai autuar Chevron por vazamento na Bacia de Campos (Postado por Erick Oliveira)

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) divulgou nesta quinta-feira (17) que vai autuar a companhia Chevron pelo vazamento de óleo no Campo do Frade, na Bacia de Campos.
A nota oficial, assinada pelo presidente do instituto, Curt Trennepohl, informa que equipes foram mobilizadas para acompanhar as medidas adotadas pela empresa, que deverá cumprir o Plano de Emergência Individual (PEI) apresentado no processo de licenciamento ambiental.
O Ibama informou ainda que a Chevron será autuada apenas quando o vazamento de óleo for estancado. Segundo o instituto, ligado ao Ministério do Meio Ambiente, o valor da multa é proporcional ao dano ambiental causado, que será mensurado apenas no fim dos trabalhos.
É a primeira manifestação pública do instituto desde que o vazamento de petróleo foi detectado, no último dia 10. No mesmo dia, a petroleira anunciou a suspensão temporária das atividades de perfuração no campo de Frade, que fica a 370 quilômetros a nordeste da costa do Rio.
Sem gravidade
Nesta quinta-feira (18), o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse que o vazamento de óleo provocado pela empresa Chevron  “não tem a gravidade que se anuncia.”
De acordo com o ministro, a Petrobras e outras empresas estão ajudando na operação para estancar o vazamento. Ele ainda minimizou o impacto do acidente alegando que o óleo não está seguindo na direção de nenhuma praia.
“O vazamento não se deu na direção da praia e sim em sentido contrário, portanto não perturba ninguém. Além disso o óleo está sendo recolhido”, disse ele.
Na quarta-feira (16), a delegacia de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico da Polícia Federal no Rio de Janeiro anunciou a abertura de um inquérito para investigar o vazamento.