quinta-feira, 23 de maio de 2013


Dormindo com o inimigo
          O ministro Guido Mantega (Fazenda) e o secretário do Tesouro, Arno Augustin, foram tratados como adversários, ontem, pelos governadores do PMDB. Reunidos na casa do vice-presidente Michel Temer, os governadores reclamaram que, mesmo depois de acertado com a presidente Dilma, a dupla segura a liberação de empréstimos junto ao Banco do Brasil e ao BNDES.

O tempo é o senhor da razão
Acossados por candidaturas petistas, os governadores soltaram o verbo contra a política de isenções do governo Dilma. Mostraram que o resultado é um sufoco financeiro provocado pela queda do FPE. Sobre as queixas contra o PT nas sucessões estaduais, coube ao senador José Sarney (PMDB-AP) acalmar os governadores. Depois de ouvir o rosário de críticas de Sérgio Cabral (RJ), André Puccinelli (MS) e Roseana Sarney (MA), o experiente senador, como se soubesse de alguma coisa que os outros não sabem, tranquilizou: "Vamos com prudência, o ex-presidente Lula e a presidente Dilma vão saber resolver tudo na hora e no tempo certo".

Fiz sacrifícios em benefício do PT. Não fosse isso, vocês acham que o PT teria eleito 10 prefeitos, 5 deputados federais, 6 estaduais e um senador
Sérgio Cabral
Governador do Rio de Janeiro

A voz da experiência
Para acalmar os ânimos, o senador José Sarney, em determinado momento disse que era preciso "pensar no Michel". O vice-presidente Michel Temer declinou da preocupação: "Por mim, não, temos que cuidar dos interesses do partido".


Incômoda omissão
O STF tem sua parcela de culpa pelo fato dos partidos no Brasil serem de “mentirinha”, como diz o presidente do Tribunal, Joaquim Barbosa. Em 2006, o Supremo declarou inconstitucional, por 10 x 0, a cláusula de barreira, que deixava sem TV, e recursos públicos, partidos que não atingissem 5% dos votos nas eleições para a Câmara dos Deputados.

Língua afiada
Sobrou até para o vice Michel Temer no jantar do partido no Jaburu. Lá pelas tantas, Michel prometeu falar com a presidente Dilma. Foi aí que a governadora Roseana Sarney fez pouco caso: “Faz dois anos que você conversa com ela”.

Hora do recreio
O vice Michel Temer ligou ontem para o presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN), que está em Nova Iorque. Perguntou: “Que dia você volta”. A resposta: “Domingo”. “Que pena, você vai perder a oportunidade de assumir a presidência da República”, se divertiu Temer. Hoje ele viaja para o Equador e a presidente Dilma vai à Etiópia.

Tudo dominado
Sobre eventual “tiro de canhão” que poderia atingir Aécio Neves na eleição presidencial, o presidente do PSDB mineiro, deputado Marcus Pestana, diz que Aécio tem um “escudo antiaéreo forjado em 26 anos de vida pública”.

Governo Collor faz escola
Além de monitorar políticos, também funciona no Planalto serviço de classificação de repórteres que escrevem sobre a Presidência. Isso inclui desqualificá-los estabelecendo, por presunção, relações destes com políticos de oposição.

O governador André Puccinelli (PMDB) só se refere ao senador Delcídio Amaral, candidato do PT ao governo do Mato Grosso do Sul, como "o meu Lindbergh".

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Cada vez mais forte, Galo vence

Cruzeiro por 3 a 0

  • Ronaldinho Gaúcho entra com a mãe, Dona Miguelina, em campo e brilha com dois passes para gols
  • Cruzeiro precisa vencer pelo mesmo placar no próximo domingo para evitar título do rival
O GLOBO
Diego Tardeli marca o segundo gol na goleada do Atlético Mineiro sobre o Cruzeiro por 3 a 0, na primeira partida da final do Campeonato Mineiro
Foto: Pedro Vilela/Lancepress / Agência O Globo
Diego Tardeli marca o segundo gol na goleada do Atlético Mineiro sobre o Cruzeiro por 3 a 0, na primeira partida da final do Campeonato Mineiro Pedro Vilela/Lancepress / Agência O Globo
BELO HORIZONTE, Minas Gerais - Mãe de Ronaldinho Gaúcho, Dona Miguelina roubou a atenção antes da bola rolar para a primeira partida da final do Campeonato Mineiro. No Dia das Mães, ela entrou com seu filho em campo para delírio da torcida. Mais tarde, viu das arquibancadas o Atlético-MG não tomar conhecimento do Cruzeiro, que estava invicto em 2013, e vencer por 3 a 0 neste domingo. O jogo de volta será no domingo, no Mineirão. Com melhor campanha na competição, o Cruzeiro precisa vencer pelo mesmo placar para impedir o título do arquirrival.
- A gente sabia que podia decidir o título na primeira partida. Respeitamos o Cruzeiro, mas, se entrarmos com a mesma pegada, vamos levantar o caneco - garantiu lateral Marcos Rocha, autor de um dos gols.
O clássico foi nervoso dentro e fora de campo. No Independência, a torcida do Cruzeiro, com apenas dois mil dos 21 mil ingressos, arremessou objetos nos atleticanos. Em campo, o clima não foi muito diferente. Sete cartões amarelo foram distribuídos no primeiro tempo, seis deles entre os 34 e 42 minutos.
Em campo, Ronaldinho recebeu de Marcos Rocha aos 15 minutos e, de primeira, encontrou Jô na área para abrir o placar. O time de Cuca continuou no ataque, mas não ampliou antes do intervalo.
No segundo tempo, o Atlético teve sua missão facilitada quando Bruno Rodrigo foi expulso após falta em Ronaldinho. Diego Souza quase marcou ao chutar na trave aos 14, mas os atleticanos foram mais eficientes. Aos 26, Tardelli recebeu de Ronaldinho, a zaga falhou e, livre na área, chutou forte para marcar. Aos 33, foi a vez de Marcos Rocha. Após cabeçada de Jô na trave, o lateral aproveitou o rebote e chutou de primeira para definir: 3 a 0. Após o gol, um lance curioso: o juiz Luiz Flávio de Oliveira sentiu uma fisgada e foi substituído pelo quarto árbitro, Pablo Santos.
Atlético-MG 3 x 0 Cruzeiro
Atlético-MG: Victor, Marcos Rocha, Réver, Gilberto Silva e Richarlyson, Pierre (Josué), Leandro Donizete (Rosinei), Bernard e Ronaldinho; Tardelli e Jô. Cruzeiro: Fábio, Ceará, Bruno Rodrigo, Léo e Everton (Egídio); Leandro Guerreiro, Nilton, Diego Souza e Éverton Ribeiro (Ricardo Goulart); Borges e Dagoberto (Paulão). Juiz: Luiz Flávio de Oliveira. Cartão vermelho: Bruno Rodrigo.